terça-feira, 9 de novembro de 2010

Demi estava sendo pressionada demais?


Quando Demi Lovato anunciou que ela estava deixando sua turnê com os Jonas Brothers para procurar tratamento médico para “problemas emocionais e físicos,” as notícias foram simultaneamente surpresas e não surpresas.

Por um lado, foi um choque porque Lovato não é uma figura que está sempre nos tablóides como Britney Spears ou Miley Cyrus. Mas por outro lado, as jovens estrelas tendo problemas, vem a mente o título do CD mais recente de Lovato, “Here We Go Again.” (Como uma frase que Gawker cinicamente dizia: “Toda vez que uma estrela teen vai para a reabilitação, um executivo da Disney recebe suas asas.”)

De acordo com o representante da Lovato, a cantora de 18 anos agora “decidiu tomar total responsabilidade por suas ações e procurar ajuda.” Essas ações incluem auto-mutilação e problemas alimentares, diz outra fonte que deseja não ser revelada.

Os estresse que a fama trás é pior para os adolescentes do que para os adultos, diz Dr. Jenn Berman, um psicólogo de Beverly Hills que aconselha jovens artistas. “É um horário difícil,” Berman disse:

“É realmente exigente e pode rolar uma pressão muito grande, especialmente para as crianças que realmente se tornaram muito famosas.”
Berman disse que quando uma estrela teen tem as pessoas certas por trás, a pressão pode ser suportar e o estrelato pode ser uma “ótima experiência.” Por outro lado, ela diz, fama pode trazer o pior para um adolescente que já tem problemas:

“O negócio é muito sedutor — em termos de ‘Venha para essa balada, iremos te pagar para você aparecer lá e estar com todos os populares.’ É tipo o colegial em uma grande escala de quantidades ridículas de dinheiro e oportunidades para drogas, álcool e para se alto destruir em uma escala maior ainda.”
Adicionando a todos tipos de ambientes da mídia atual, que colocam as estrelas teens no centro das atenções, diz a cantora Tiffany Darwish, que chegou ao estrelato com o nome de Tiffany no final dos anos 80.

“Tem paparazzis em toda esquina,” Darwish disse. “Há pessoas dispostas a fofocar agora e serem pagas por isso. Tenho certeza que isso sempre existiu, mas eu acho que houve uma espécie de fronteira (anos atrás).”
Em 2008, o Washington Post fez um perfil de Lovato que dizia “ela parece não parar de trabalhar.” A grade de horários da Lovato se tornou maior desde aquela época. Ela apenas não estrela na série do Disney Channel, “Sunny Entre Estrelas,” ela lançou dois CDs pela gravadora Hollywood Records, fez filmes da Disney e vários shows.

Antes de Lovato entrar em um centro de tratamento, ela fazia parte de uma turnê mundal para promover “Camp Rock 2: The Final Jam,” um filme do Disney Channel. O marketing da Disney faz as estrelas teens ficarem sobrecarregadas, diz Alison Arngrim, uma ex-estrela que fez Nellie Oleson em “Little House on the Prairie.”

“Dizer que você tem 18 anos e você é muito esperto, você tem uma ótima família e está estável — ainda há muita pressão,” diz Arngrim, que detalhou seus problemas com a indústria do entretenimento em sua autobiografia “Confessions of a Prairie Bitch: How I Survived Nellie Oleson and Learned to Love Being Hated.” “Disney tem um tipo de trabalho bem similar ao sistema de estúdio dos anos 30 e 40. Eles criam uma estrela, eles empacotam as pessoas. Essa é uma carreira maluca,” Arngrim disse. “E para fazer isso se você fosse uma pessoa crescida, você perderia a cabeça.”
Aubrey Ayala viu o começo da massa de marketing da cultura teen quando ela trabalhou no programa “Dance Party USA”, no começo dos anos 90:

“Nós estaríamos lá desde às 7 da manhã, trabalhávamos o dia todo e fazíamos outras coisas — um projeto de gravação ou algum tipo de “meet-and-greet” ou uma sessão de fotos. Não estávamos autorizados a parecer infelizes; não estávamos autorizados a parecer cansados.”
Paul Petersen, um ex-ator mirim e cantor pop que presta apoio a ex-estrelas através da sua organização sem fins lucrativos. Ele disse que problemas que surgem quando os atores estão sobrecarregados, dificilmente são percebidos.

“Pessoas dizem, ‘Isso não irá acontecer com a gente, somos cuidadosos,’ ” Petersen disse. “Apenas imagine o número de gerações de artistas adolescentes e seus pais que eu tenho testemunhado ao longo dos anos. Eles todos acreditam que amam seus filhos e não estão propensos para fazer os mesmos erros já que eles tem consciência disso: ‘Somos mais espertos que seus pais foram, Paul.’ Não, você não é.”
A batalha de Lovato com problemas alimentares é provavelmente devido a pressão das mulheres de Hollywood terem um tipo de corpo específico, diz Arngrim:

“Eu não conheço uma criatura feminina em Hollywood que não teve a conversa em que alguém disse ‘Você tem que fazer uma cirurgia no nariz e nos seios.’ E está acontecendo com estrelas cada vez mais jovens.”
Darwish disse que na sua época, ser uma pop star era muito mais que ocasional:

“Eu não usava nada de maquiagem. Era tão simples — eu usava só jeans e camiseta.”
Petersen, que saiu em turnê nos anos 60 como parte do “Dick Clark’s Caravan of Stars”, disse que a vida na estrada não é um lugar para adolescentes que podem ter problemas psicológicos.

“A estrada é um lugar infernal,” diz Peterson. “É uma loucura. É um mundo sem uma âncora. É um mundo rodeado de drogas, insônia e esquisitos encontros sexuais. Minha única esperança é que de alguma forma, ela seguiu o conselho certo. É tempo de parar e procurar ajuda.”
Petersen diz que ele espera que a ajuda que Lovato está recebendo não seja temporária.

“Se seu esforço atual está fazendo você ficar doente e então te mandam para uma reabilitação, não é uma boa ideia voltar ao lugar que te deixou doente,” diz Petersen. “Você tem alguma confiança que alguém perto de Demi possa, com todo apoio e carinho, dizer a ela: ‘Garota, é hora de largar esse trabalho’?”
Darwish diz que a internação de Lovato ironicamente pode ajuda os publicitários a fazer o nome dela ainda mais comentado:

“Eu acho que na sociedade de hoje em dia, fazer coisas erradas e ser pego é boa publicidade. Tem pessoas que podem transformar algo super ruim em algo não muito ruim. E fazer isso muito interessante.”
Mas de acordo com Arngrim, a admissão pública de Lovato estar com problemas representa um passo para frente, independentemente das lutas que ela terá pela frente:

“Há 20 anos atrás, ela seria pressionada para terminar a turnê. Ela teria aguentado tudo e só iríamos ler sobre isso anos depois, quando ela desabasse completamente. Pessoas não conversavam sobre auto-mutilação há 20 anos atrás. Então o fato de aos 18 e ela ter percebido que está mal em sua cabeça, a Disney e todos estão a apoiando é bastante revolucionário.”

Fonte: Today
Tradução e adaptação: Equipe Demi Lovato Brasil


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